Quando a gente pensa em inteligência artificial, logo vem aquela sensação de estar vivendo num episódio futurista. Conversamos com o ChatGPT sobre o melhor tempero para o feijão, pedimos ideias de marketing para a mercearia do bairro, resumimos um artigo acadêmico inteiro, e em segundos a resposta aparece brilhando na tela do celular. Essa praticidade, porém, não vem sozinha: ela levanta perguntas muito reais sobre a segurança dos dados que digitamos ali, principalmente depois de termos visto casos como o vazamento de conversas de usuários em 2023 ou o episódio da Samsung, cujos funcionários acabaram expondo segredos industriais por descuido. Se grandes corporações tropeçam, imagine o impacto para o microempreendedor da rua Sete de Setembro ou para a professora que prepara prova no notebook da escola.
O primeiro ponto é compreender onde mora o risco. Cada caractere que você digita no ChatGPT, do CPF a rascunhos confidenciais, passa por servidores que ficam fora do nosso controle. Em março de 2024 circularam na dark web mais de cem mil credenciais de contas do ChatGPT, e não foram pescadas ali por acaso: muita gente ainda usa a mesma senha do e-mail ou dispensa a verificação em duas etapas. Para completar, o próprio modelo aprende a partir das conversas, então aquele código-fonte que você cola para pedir correção pode aparecer, em pedaços, em respostas de outra pessoa. Não é teoria — pesquisadores já demonstraram a “memorização não intencional” da máquina.
A boa notícia é que não precisamos abdicar das vantagens da IA: basta domesticar o leão. Para quem toca um salão de beleza na Ilha, o cuidado começa com algo tão simples quanto não colar planilha de clientes no chat. No lugar disso, descreva o problema de modo genérico: “Uma lista com três colunas de dados pessoais, preciso somar valores da terceira”. O modelo te devolve a fórmula sem ver nenhum nome. Nos softwares de contabilidade ou no consultório odontológico da Praça Serra Lima a lógica é igual: quanto menos dado sensível você alimenta, menor o estrago caso haja vazamento.
Também vale ativar a autenticação de dois fatores — aquele código extra que chega no celular. Parece detalhe, mas dificulta horrores a vida de quem compra senhas vazadas. Se você é gestor escolar, inclua esse passo na rotina dos professores; se lidera uma instituição de ensino, adote instância privada ou hospedada localmente sempre que possível. Já existem soluções que rodam modelos de linguagem no próprio servidor da empresa, mantendo tudo dentro de casa.
Falando em casa, convém lembrar da LGPD, nossa Lei Geral de Proteção de Dados. Ela obriga qualquer negócio, mesmo o carrinho de pamonha em frente à loja, a justificar o motivo de coletar informações e cuidar delas com zelo. Quando você terceiriza parte do trabalho para o ChatGPT, continua responsável por tudo que colocar ali. Por isso, além das dicas técnicas, construa políticas internas claras: nenhum colaborador deve colar briefing de cliente sem remover dados pessoais, nenhum advogado deve rasgar o sigilo da ação para pedir um “resumo jurídico”. Parece óbvio, mas a falta de orientação foi justamente o estopim da multa bilionária aplicada a grandes players lá fora.
No universo doméstico, proteger-se significa, também, entender os próprios direitos. A OpenAI já oferece um botão que desativa o histórico de conversas — é como um modo de navegação anônima. Se você precisa do serviço, mas não quer colaborar para o treinamento do modelo, basta desligar essa opção e solicitar a exclusão dos seus logs; isso evita que sua pergunta apareça para outra pessoa amanhã. O processo é rápido e vale cada clique.
Fico especialmente empolgado quando observo a criatividade da turma aqui de Valadares. Vi um professor do Instituto Federal gerar planos de aula inteiros, trocando nomes de alunos por letras para não ferir privacidade; vi uma dona de ateliê no Grã-Duquesa testar descrições de produtos sem entregar a receita do bordado. Logo, essas histórias mostram que, se a gente dominar o jogo, a IA vira aliada e não ameaça. Porque segurança de dados não é só firewall e criptografia: é cultura de cuidado, é respirar fundo antes de apertar Enter, é enxergar valor no que compartilhamos.
A regulamentação está pegando embalo lá fora. O AI Act europeu rotula sistemas de linguagem como “alto risco”, enquanto a LGPD já prevê multas de 2% do faturamento em caso de vazamento. Nada disso precisa virar bicho-papão se trabalharmos com transparência. Pense no ChatGPT como um estagiário muito inteligente: ele é rápido, aprende tudo, mas não pode sair espalhando segredos. Cabe ao gestor — no caso, você — passar instruções claras, limitar acessos e conferir se o resultado fez sentido. Inclusive, não confie cegamente na resposta: a tal “alucinação” existe e já causou confusões monumentais, como quando um software jurídico citou processos que nunca aconteceram.
No fim das contas, a equação é simples. Quer usufruir da IA com segurança? Reduza dados sensíveis, use senhas fortes e 2FA, consulte fontes externas para confirmar informações críticas, crie políticas internas, eduque o time e, se possível, isole o modelo em servidor privado. Assim você aproveita a praticidade do ChatGPT, economiza horas de trabalho e ainda dorme tranquilo sabendo que não vai protagonizar o próximo manchete-escândalo.
Agora, se você pensa em aplicar tudo isso no dia a dia, mas prefere ter alguém experiente ao lado, esse é justamente o meu trabalho. Eu, Izaias Gabriel, ajudo empresas, igrejas, escolas e profissionais liberais de Governador Valadares a implementar inteligência artificial com foco em produtividade e proteção de dados. Quer uma consultoria completa, um workshop para a equipe ou um projeto sob medida? Me chama no WhatsApp (31) 9 7225 5110, manda um e-mail para eu@izaiasgabriel.com ou preenche o formulário no meu site. Vamos juntos transformar as vantagens da IA em resultados — e fazer isso do jeito certo, seguro e dentro da lei.
Porque, no fim, a inteligência pode até ser artificial, mas cuidar do seu nome, da sua reputação e do seu cliente continua sendo algo bem humano.