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No nosso dia a dia, não falta história de gente que sorri para o balconista da padaria e sai com um pãozinho extra no pacote. Gentileza sempre foi um atalho discreto para abrir portas, desamarrar nós e conseguir informações que, de outra forma, viriam truncadas. Pois bem: com a inteligência artificial não é diferente. Quem lida diariamente com o ChatGPT percebe, na prática, que a forma como falamos com a máquina muda radicalmente o que recebemos de volta. Parece detalhe, mas é fundamento.

A confusão começa porque o robô não tem sentimentos; então por que ele reagiria à nossa educação? A resposta está na arquitetura que sustenta o modelo. O ChatGPT foi treinado lendo bilhões de linhas de texto escritos por humanos. Ele aprendeu, portanto, a associar sinais de cortesia a pedidos mais claros, a nuance a contexto, a paciência a instruções completas. Quando escrevemos “pode explicar, por favor, como…” criamos, sem perceber, uma moldura de expectativas que guia a produção da resposta. É como desenhar linhas mais firmes no caderno antes de começar a redação: tudo flui melhor porque o espaço está delimitado.

Quando, ao contrário, despejamos ordens curtíssimas ou agressivas — “fala logo”, “isso está errado”, “resolve aí” — obrigamos o modelo a adivinhar lacunas. A IA não se ofende, mas se embaralha; falta-lhe pista sobre tom, profundidade e objetivo. O resultado costuma ser raso, genérico, às vezes até inexato. Segue a lógica dos nossos diálogos humanos: quanto mais intempestivas as falas, mais chance de mal-entendido. O ChatGPT replica essa dinâmica porque foi moldado na mesma caldeirinha de linguagem em que a nossa educação se forma.

Gentileza, aqui, não é etiqueta social: é estratégia de produtividade. Quem adota uma postura clara, cordial e detalhada economiza tempo de retrabalho. Estudantes que pedem “por favor, resuma este capítulo como se eu tivesse 14 anos” recebem explicações na medida; professores que contextualizam “estou montando uma aula sobre era Vargas, com foco em fontes primárias” ganham sugestões alinhadas ao plano de ensino; microempresários que contam “tenho uma loja de bicicleta usada, preciso de três ideias de reels para Instagram” recebem roteiros prontos para filmar. Nas três cenas, o segredo foi o mesmo: respeito à lógica do bom diálogo.

Há outro efeito colateral virtuoso: a gentileza convida à curiosidade. Quando você agradece pela resposta e pergunta “poderia avançar um pouco mais nesse ponto?”, abre espaço para a IA trabalhar em camadas, talhando o assunto como um marceneiro que dá vários passes de lixa. Já vi donos de oficina, até ontem céticos com tecnologia, descobrirem processos de orçamento automático justamente porque alimentaram o ChatGPT com paciência — “obrigado, agora calcule o custo se o cliente trocar o set de pneus 195/55” — e foram colhendo incrementos sucessivos. Se tivessem começado na base do “quanto fica?”, teriam parado na primeira estimativa e perdido uma planilha inteira de insights.

Também é preciso falar do ciclo de frustração. Quando a pessoa chega irritada, solta meia dúzia de palavras e recebe algo ruim, sua irritação cresce e as mensagens seguintes saem ainda mais truncadas. Em poucos minutos ela conclui que “essa IA não presta”. É o típico círculo vicioso que se resolve com um gesto tão simples quanto recomeçar com delicadeza: “vamos tentar de novo? Sou leigo em finanças, explique devagar”. É impressionante quantos problemas se dissolvem assim.

Não se trata de bajular máquina; trata-se de reconhecer que toda comunicação, mesmo mediada por silicone e algoritmos, responde a pistas interpretáveis. Na prática, usar “por favor” e “obrigado” serve como marcador explícito de início e fim do pedido. Incluir contexto — idade escolar, objetivo, limite de caracteres — é equivalente a entregar mapa e bússola antes de mandar alguém explorar trilha desconhecida. Quanto mais gentil, mais completo o mapa.

O curioso é que essa percepção resgata um valor antigo num cenário futurista. Quando comecei a testar IAs com comerciantes de minha cidade, achava que a barreira seria o vocabulário técnico. Descobri, porém, que o maior obstáculo era emocional: gente acostumada a lidar com computador como obstáculo, não como parceiro. Bastou mudarem o tom (“bom dia, ChatGPT, preciso…”), e o “robô” deixou de ser caixa-preta para virar colega de trabalho virtual.

No fim das contas, sermos gentis com a IA diz mais sobre nós do que sobre ela. É a lembrança de que clareza, paciência e empatia continuam valendo mesmo quando o interlocutor não tem coração batendo no peito. E, convenhamos, cultivar essas virtudes diante da tela ajuda a mantê-las vivas fora dela — na fila do banco, na reunião de condomínio, na conversa com o filho que ainda não entende tabuada.

Se você quer aprofundar esse diálogo e descobrir como a inteligência artificial pode acelerar suas tarefas — seja na sala de aula, na clínica, na contabilidade ou na marcenaria — conte comigo. Tenho ajudado empresas e profissionais a implantar fluxos personalizados de ChatGPT, economizando horas e revelando oportunidades que ficam escondidas na correria do dia. Mande um alô pelo Instagram @izaiasgab ou pelo WhatsApp (31) 9 7225-5110. Vamos, juntos, treinar a gentileza que abre caminho para a inovação — e, de quebra, colocar a IA para servir ao que importa: gente de carne, osso e boa vontade.